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PORTARIA SECRETARIA MUNICIPAL DE COORDENAÇÃO DAS SUBPREFEITURAS - SMSP/SP/PA Nº 4 de 20 de Janeiro de 2009

DENOMINA ARQUITETO SERGIO LUIS BIANCO, O BICICLETARIO E DETERMINA A INCORPORACAO DO IMOVEL / SUBPREFEITURA PARELHEIROS.

PORTARIA 4/09 - SP-PA/SMSP

Walter Tesch, Subprefeito de Parelheiros, no âmbito de suas atribuições legais, denomina Arquiteto Sérgio Luis Bianco o bicicletário (área destinada ao estacionamento de bicicletas), construído em parceria com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, situado à Estrada da Colônia nº 515, com capacidade para 410 (quatrocentos e dez) bicicletas, e determina a incorporação do imóvel aos próprios da Prefeitura de São Paulo, Subprefeitura Parelheiros, com gerenciamento das duas instituições e um Conselho de Usuários, que poderá, também, administrar o local estimulando a economia social sustentável.

Compreendido entre o Centro Educacional Unificado de Parelheiros (CEU Parelheiros) e o Terminal de Ônibus de Parelheiros, o bicicletário Arquiteto Sérgio Luis Bianco situa-se no início da Ciclovia Parelheiros-Colônia, já concluída em 1.800metros, complementada com acostamento amplo e calçada verde, sendo parte de um sistema de ciclovias em andamento na região, materializando o conceito expresso pelo arquiteto de que fazer ciclovia não basta, e que é preciso criar um sistema cicloviário, interligado ao transporte coletivo.

Justificativa

Arquiteto e Urbanista, Sérgio Luis Bianco era especialista em Programas Cicloviários, consultor do Ministério das Cidades e Coordenador do Grupo de Trabalho de Bicicletas da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), quando concebeu e desenvolveu com servidores da Subprefeitura Parelheiros o bicicletário da Estrada da Colônia, construído com recursos advindos da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, no ano de 2006, mesmo ano em que faleceu.

Sérgio Luis Bianco, além de projetista de ciclovias e autor de trabalhos científicos sobre o tema, era um dos atores do cicloativismo no Brasil, um conjunto de atividades que defendem os direitos dos ciclistas no uso da via pública, as melhores condições para pedalar, popularizar o uso da bicicleta como veículo de transporte e lazer, e promover a educação para a mobilidade por bicicleta, segundo ele, "mais importante que uma ciclovia para a bicicleta é um caminho para o ciclista, pois esse é o caminho da cidadania".

Observador da convivência não pacífica da bicicleta com o predomínio dos automóveis, buscava estruturar, através de políticas públicas e projetos, o apoio para o uso da bicicleta, um veículo econômico, saudável para quem pedala e não poluente.

Qualquer investimento público em equipamentos associados à mobilidade por bicicleta era justificável pelos dados de que, entre 2000 e 2004, o número de acidentes com ciclistas havia subido em 93% nas estradas sob concessão em São Paulo, e que os acidentes deveriam aumentar, pois a bicicleta é responsável por 7,4% dos deslocamentos nas áreas urbanas, perto de rodovias ou não. Em 2000, 15 milhões dos 204 milhões de viagens diárias foram feitos com bicicletas.

Sérgio Luis Bianco defendia a realização de obras como ciclovias, rebaixamento de guias, sinalização, passarelas e construção de bicicletários, mas, também, o investimento na comunicação para motoristas de veículos automotores e na educação defensiva do ciclista que, em suas palavras, pilotando uma bicicleta, "é agressor na calçada e agredido na rua".

Além da defesa entusiasmada e cativante que fazia do uso da bicicleta, a luta ideológica pelo incremento da bicicleta tem, para Sérgio Luis Bianco, como objetivo último, buscar uma mobilidade que garanta a acessibilidade para todos os habitantes, de forma a promover uma apropriação democrática dos espaços da circulação urbana priorizando os sistemas de transportes coletivos, as pessoas com restrição de mobilidade, a pé e de bicicleta em relação ao automóvel, no sentido de promover a inclusão social principalmente dos mais desvalidos.